terça-feira, 14 de abril de 2015

"Cuidai-vos dos homens."

Pois então. Não vou compactuar com grosserias, incompetências e mentiras, inflando ego e vaidades de falsos inocentes. Absolutamente ninguém é maior ou melhor que qualquer pessoa. Não importa se você é chefe ou pastor ou diretor de onde quer que seja. Ética. Equilíbrio. Verdade. São valores que devem reger todas as relações. Observemos como esses chefes, pastores e diretores atuam. Vejamos o quanto e como se articulam. Muitos estão cercados por comparsas vestidos de obreiros, pastores, servos, filhos ou discípulos. Dentre os comparsas tantos inocentes úteis, entregando desejos, bens e patrimônios aos seus queridos algozes. Em princípio parecem fazer o bem. Em princípio.
Mas olhe mais de perto e aguarde. Logo-logo você verá. Como Jesus mesmo disse: "Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas. Cuidai-vos dos homens."

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

CARECA

Não é assim, de uma hora pra outra, no susto ou no improviso que vou traçando minha estrada. Ta certo. Tem horas e situações que sim. Tem horas, muitas, em que não consigo evitar o voo e o salto aos ares. Entretanto, corriqueiramente, sou mulher que planeja, desenha, pesquisa, pondera, dialoga e procura, primeiro no bem lá dentro de mim e depois, no que queiram partilhar comigo, sobre suas experiências e vivências e fatos adquiridos.
Dito isto, informo para quem não COMvive comigo que foram alguns meses nesse namoro, conflito e consequente divórcio, levado às vias de fato, com minha cabeleira.
Eu me olhava e não me via.
Eu me penteava e não me arrumava, de fato.
Aquela cabeleira loura, lisa, adequadamente disposta em franja e nuca repicada ... sim, faz tempo que já não era eu, de verdade.
Eu? A outra que ao menos de 15 em 15 dias teimava em começar a dar as caras, por baixo do liso e louro repicado.
Eu? A outra que durante as corridinhas noturnas diárias reclama do rabo de cavalo que teima a esgueirar-se das piranhas (quem tem cabelo sabe do que estou falando rs).
Eu? A mulher inteira reduzida a tintas com chumbo, alisamentos "sem formol", inspirando outras mulheres a correrem para o salão tal e marcarem hora com o "personal hair style" fulano de tal, despejando grana e vitalidade nessa indústria excêntrica e ditatorial.
Fui alongando meu olhar para outros estilos de mulheres e suas cabeleiras (ou falta delas).
Algumas estavam sem cabelos por conta de tratamentos de saúde. Dentre elas, amigas que se orgulhavam - assim como eu - de suas cabeleiras e que de repente viam-se assim, mudadas em outras imagens. Me identifiquei e senti com cada uma delas.
Outras me ensinavam sobre o protesto das cores, dos cortes e significados para a utilização de máquinas 1, 2, 3 e 4. Quanta alegria e coragem, nessas mulheres.
Algumas, bem mais sábias do que eu, me falaram apenas do orgulho de serem grisalhas, de estarem vivas, de após os desastres e desesperos das lutas da vida, simplesmente admirarem-se por serem maduras, singulares e felizes.

Foi aí que minha linda afilhada, Layla, cientista política, artista, questionadora, espiritualizada e escancaradamente feliz em suas batalhas diárias contribuiu na decisão. Nossa proximidade, afeto e busca constante por simplicidade na rotina de viver conduziu-nos ao pacto de pós carnaval: retorno ao salão de beleza para que deixássemos lá as mulheres que fomos por muitas estações e, a partir dali, reencontrar e resignificar as mulheres que somos hoje, apenas.

Nossas cabeças agradecem.



A ida ao Salão - merece outro post.
As diversas reações - de estranhos e amigos, idem.




sábado, 24 de janeiro de 2015


 Família



Somos nós e somos tantos.
Os que estão perto e os distantes.
Os que prontamente entendemos e os que nem de longe imaginamos suas lutas e angústias.
Os que nos geram afilhados e sobrinhos e noras e genros e comadres e compadres.
Os que nos fecundam de esperanças e sonhos e coragens.
Os que arrebentam com nossos corações.
Os que segredam, segregam e os que ridiculamente publicam.
Os que adoecem com sanidade e gentilezas e os que esbanjam saúde em loucuras e ardis.
Os que acumulam, guardam e reclamam suas faltas e os que compartilham, distribuem abundantemente e por isso têm mais e mais.
Os de direita e os de esquerda e os do centro e os de cima e os de baixo e os da ocasião e os que não fazem a menor questão de estar em qualquer posição.
Os que nos levam em suas andanças e os que permanecem conosco em nossos armários e clausuras.
Os que gostam de abraços demorados e beijos e os que deles precisam.
Os que se mantém distantes e impessoais e os que generosamente se envolvem e não se consumem.
Os que desbravaram sua geração.
Os que nem se importam com isso.
Os que não têm religião e nem precisam dela para serem Família.
Os que têm religião e se esforçam para alçarem voos.
Os de sangue e todos e todas que nos conquistaram e conquistamos pelo Caminho.

E no entorno do Altar, dos templos e dos nossos corações, qualquer templo e em qualquer coração, toda a possibilidade de transcender no aqui e agora, para o amanhã e o que virá.
Entretanto, é só hoje mesmo.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Trinca



Meus meninos
Homens feitos
Imagem e semelhança
Nosso lugar no mundo
Fluidez e finitude
Contradição e ternura
Meu amparo
Meus melhores desejos de saúde, paz e respeito!
Minha célula inteira das partes que 
Papai e Mamãe engendraram,
amaram,
construíram e de forma misteriosa 
plenamente, em alegrias e dores, permanecem aqui.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Viva o rabo do tatu!





Tudo junto e misturado.
Tudo ao mesmo tempo.
Inclusive a polêmica.
Independente dos impostos que pago, da falta de caráter de tantos (inclusive dos que não estão no governo da situação, mas anseiam ridiculamente tomar parte de qualquer "boa"), dos que gozam de privilégios, dos que roubam (inclusive os pequenos delitos (?) mascarando suas declarações de IR, mentindo aos colegas de trabalho, familiares, etc) ... independente do mal que teima em reinar desde sempre (lembro com simpatia de meu bisavô, Senador da República, que morreu em depressão ao descobrir e defrontar-se com os "arranjos" da república) ...
Não desisto!
Pago meus impostos.
Acolho os pedintes.
Partilho o que possuo.
Oro e anseio para que o Reino seja definitivamente inaugurado aqui na terra, com o meu, seu e tantos suores dignos, repletos de alegria e esperança.
E quanto ao governo ... sim!
Há muitos, sérios e variados problemas!
Observo, trabalho e respiro as mudanças.
Não me sinto bem e  nem confortável no lugar que ocupo como Pessoa, Mulher, Cidadã, Crista, Mãe, enfim, os variados espaços que me constituem enquanto Ser.
Não me sinto bem porque sei que faço parte.
E se faço parte também sou responsável e não posso me conformar ao ver o garoto que bebe a água suja da poça.
Não posso me conformar com uma igreja mais preocupada com os ritos e cânones do que com as comunidades onde deveria estar inserida.
Não posso me sentir confortável ao ver tantas passarelas ligando lugar algum, tantos acarajés não podendo ser vendidos, tantos amontoados nas calçadas enquanto fechamos os olhos, os bolsos, os corações e a mente e passamos ao largo.
Estou cansando, sim.
Mas não porque esteja vivendo alguma maldita novidade agora, nesse tempo em que vivemos, com esse governo, com essa igreja, com esses colegas de trabalho, com essas instituições.
Estou cansando porque mesmo constatando o mundo de avanços nos mais variados setores e espaços do nosso amado Brasil, repetimos as mesmas queixas, os mesmos bordões, que como algumas passarelas inauguradas recentemente (rito que "Chagas Freitas quando governou o Estado da Guanabara inaugurava passarelas e coberturas em pontos de ônibus na Avenida Brasil.", conforme João Batista Damasceno) nos fazem tão caretas, preconceituosos e mesquinhos quanto tantos que nos precederam.

Viva eu!
Viva tu!
Viva o rabo do tatu!

quinta-feira, 3 de abril de 2014

PANOPTICO

Escreva que vigio
Anote que registro
Fotografe que guardo
Ame que controlo

Não há para onde fugir
Nem pense em se ausentar

Trabalhe que pago
Crie que copio
Demonstre que assino

Possuo o contrato
Teci a rede
Paguei a oligarquia
Sou

E quanto mais você lê
Quanto mais abre seus horizontes
E cria novos laços
quanto mais se capacita para a inovação
E pensa desarticular-se

Lá está o poder
A vigilância
Que você pensa driblar

Leia mais
entenda mais
Estude mais
Teça novas manhãs
Antes que o galo eu mesmo o possa comprar.

sexta-feira, 28 de março de 2014

DignIDADE

Quando se encaminhou para a Cruz ...
Quando solicitou vinagre ...
Quando nos apresentou Sua Mãe ...
Quando falou com os ladrões ...
Quando silenciou ...

Toda sua vivência interior
E sobriedade de conhecimento

Toda sua alegria
E gentileza de convivência

Todas as suas histórias
E generosidade

Transformaram-se nos sucessivos milagres que se repetem ao longo dos tempos na convivência - sadia ou doentia - que todos os seres têm a oportunidade de experimentar.

A oportunIDADE pode ser a Mãe que transborda seu Amor.
Na convivência de tantos e generosos saberes, se encontra a grandiosIDADE de fazermos aqui e agora o tempo favorável para todos.